terça-feira, 9 de outubro de 2012

Pinturas a guache de paisagens da semana!

Resolvi publicar aqui pinturas que tenho feito. Lá vão duas, de hoje e ontem:


Foram feitas em guache, conjuntinho TGA de 3 cores primárias e PB, a partir de fotos do Coliseu romano e de fiorde da Noruega! Cada uma em 2h15 aproximadamente.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Acompanhando a formação de uma bruxa moderna

Há tempos eu tinha no armário o livro "Brida", de Paulo Coelho, entre os outros do mesmo autor, mas este nunca tinha lido... Eu, quando adolescente, adorei ler "O Alquimista", "O Diário de um Mago", entre outros do escritor brasileiro de mais sucesso que nós temos por aqui...

Mas talvez tenha parado de lê-lo por conta de sua obra ser considerada "baixa literatura", coisa que fui "aprendendo" na faculdade. Bobagem. O que importa é que, enfim me deparei com esse livro que faltava, e o devorei em uns três dias!



Ou seja, não é à toa que esse cara faz tanto sucesso. Ele escreve de um jeito que realmente captura o leitor. Um jeito suave, mágico, emitindo verdades dos personagens, como se eles soubessem o que fazem e por que as coisas acontecem de tal jeito. Ou seja, eles percebem sinais, possuem sabedorias apuradas, coisas que nós leitores adoraríamos ter também.

Quanto à essa obra específica, eu fiquei muito interesado ao ler a sinopse e perceber que se tratava de um relato sobre a formação de uma bruxa - cujo nome é o título do livro - que o próprio Paulo Coelho conheceu pessoalmente, quando era peregrino no chamado Caminho de Roma.

(Acho inclusive bacana ele mencionar brevemente como a conheceu no prefácio da história, como ela a princípio aceitou que ele escrevesse um livro sobre ela, mas depois foi impondo obstáculos...)



Enfim, acompanhar os percalços da aprendiz de bruxa moderna foi muito estimulante e curioso. Todo esse papo de "Tradição do Sol", "Tradição da Lua", cartas, dança, a Floresta Escura, a força do sexo, a Outra Parte, uma mestra bruxa, um mestre mago, o namorado da protagonista assistente de um professor de Física... Foi mesmo uma pena quando ela "se formou" ou "se iniciou" como bruxa e acabou a história!

Resenha escrita por ocasião do Desafio Literário, tema "Mitologia Universal". A pintura no alto é de minha autoria, feita em aquarela e baseada na capa da edição que eu li.


É um inferno atravessar o Inferno de Dante

Claro que dá um gostinho especial ler uma obra tão clássica como "A Divina Comédia", de Dante Alighieri. Mas aviso: o leitor vai precisar de muita paciência. A propósito, o nome do livro não é "Comédia" por ser engraçado, hehehehe... Mas simplesmente porque trata de temas contraditórios, profanos ou triviais misturados com os sublimes ou religiosos, por exemplo. Era o que uma "comédia" significava nos anos de 1200.

(E claro, ser um texto tão antigo é um fator importante que dificulta muito a leitura...)


O livro narra a hipotética travessia que o próprio Dante faz do Inferno, Purgatório e Céu, mesmo enquanto vivo. Enquanto passa pelo Inferno, por exemplo, vai encontrando muitas pessoas conhecidas (para ele, de sua época; precisamos sempre checar as notas do tradutor) e conversando com elas. Mas é tudo muito repetitivo, muito parecido. "Oh, o que você, vivo, faz aí? Eu sou tal pessoa, fiz tal pecado e agora sofro de tal jeito..."

No Inferno estão, basicamente, todos os inimigos políticos de Dante e também altos sacerdotes hipócritas da própria Igreja, entre outros que o autor julgou merecer esse destino. Sobre cada um, vai contando quais foram os pecados e como agora estão sofrendo, cada um de um jeito diferente, conforme a transgressão. Os que se suicidaram, viraram árvores (porque rejeitaram o próprio corpo...), por exemplo!



Bem, eu estou na página 73, canto 17 (há um total de 34 cantos, ou partes do poema da parte do Inferno, que estou lendo até em formato de prosa). Porém, não creio que vou prosseguir a leitura. Tá chato demais... E depois tem ainda o Purgatório e Céu, que dizem ser partes ainda mais chatas, hehehe.

Mas dei uma espiadinha adiante. Verifiquei, por exemplo, com as importantíssimas explicações do tradutor, que o Purgatório foi localizado em uma ilha montanhosa; enquanto o Céu vai partindo desde a Lua até cada um dos outros planetas e também o Sol, seguindo a astronomia da época - em que a Terra estaria no centro do Universo.

O interessante é perceber toda essa construção elaborada de cada setor dos três "reinos", com bem definidas hierarquias, categorias ou "círculos", em que são separadas as almas em cada nível ou tipo de pecado ou santidade. Com certeza há o que aprender com este livro. Mas uma delas, sem dúvida, será paciência, hehe.


[As belas ilustrações em preto e branco são de Gustave Doré, representando o Inferno; são as mesmas da publicação que estou lendo. A colorida é uma pintura de Domenico di Michelino, em que se representa o próprio Dante com seu livro; à esquerda, uma fila de pecadores em procissão para o Inferno; atrás dele, a ilha montanhosa do Purgatório; à direita, a cidade de Florença, de onde muitos ex-habitantes aparecem durante a obra; e, acima, os diferentes níveis planetários do Céu.]

Esta resenha foi publicada por ocasião do Desafio Literário, tema "Mitologia Universal".