terça-feira, 28 de agosto de 2012

Aprendendo terror e mistério com titio Poe!

Oiê!

Venho hoje falar sobre o livro "Histórias Extraordinárias", do mega-supra-sumo-mais-que-clássico Edgar Allan Poe (1809-1849). Bem diferente da minha tentativa de leitura anterior (Jorge Amado, com "Gabriela..."), este cara não enrola. É que nem dá pra fazer muito disso mesmo, porque suas histórias são curtas. Parece que Poe não gostava de escrever romance, realmente se especializou em escrever contos. E são contos bem legais, especialmente os de terror!



A propósito, todos os textos desse lendário literato norte-americano parecem conservar o mesmo estilo elegante e sóbrio, com recursos de linguagem como "não me lembro desta parte" e "naquela ocasião", como que buscando persuadir o leitor de que o narrado realmente aconteceu, dando-lhe mais credibilidade. E frequentemente o narrador assume o papel de um personagem secundário na história, contando a história de um "amigo" que conheceu.

As 7 histórias da coletânea que chegou às minhas mãos são: "O gato preto", "Manuscrito encontrado em uma garrafa", "Os crimes da rua Morgue", "A carta roubada", "O poço e o pêndulo", "O escaravelho de ouro" e "A queda da casa de Usher".



1- A primeira história, "O gato preto", é o que realmente pode se chamar de terror. Creio já tê-la lido antes durante um curso de inglês, no original. Ainda assim, seguiu bastante horripilante; apesar de que as organizações de direitos animais poderem atacar o protagonista, este não era maldoso só com os animais... Ficou louco de tudo! Agora, de onde veio essa loucura, fica no ar... E os estranhos acontecimentos desta história só são explicáveis por vias sobrenaturais...

2- "Manuscrito encontrado em uma garrafa" não é lá tão interessante quanto as outras histórias. Blá, blá, blá. O título refere-se ao conto inteiro. A ideia é que o narrador passa por aventuras em alto mar, que descreve em seu manuscrito, ao qual acabamos tendo acesso de algum modo.

3- Ah! Como eu estava ansioso por conhecer "Os crimes da rua Morgue"! Afinal, eu tinha pesquisado anos atrás, e descobri que esta foi a história fundante das histórias de mistério policial, que deram origem a Sidney Sheldon, Agatha Christie e Sir Arthur Conan Doyle.

(Só atenção, gente como o argentino Jorge Luis Borges nos adverte a não ler esse conto fundante com olhos tão críticos, acostumados com as histórias posteriores; é claro que os que vieram depois devem ter sido mais legais, pois beberam do pioneiro!)

De todo modo, foi bem bacana e emocionante ler essa história, protagonizada pelo detetive amador (no sentido de que não era um profissional, não trabalhava na polícia, aliás, não trabalhava em lugar algum) Dupin. Bem interessante ler todo o mistério e depois acompanhar todas as deduções do personagem mega-inteligente, apesar de pobretão.

4- "A carta roubada" é outra história protagonizada por Dupin, o inteligentíssimo "amigo do narrador". Mesmo esquema narrativo do conto anterior. Mistério, resolução e explicação. Neste caso, o detetive já se mostra com alguma fama, já que o delegado vai recorrer a ele. Lembra até Batman e sua relação com o comissário Gordon. Opa! Poe veio muito antes de Batman, então provavelmente os criadores das histórias de Batman se inspiraram em Poe...



5- "O poço e o pêndulo" é uma história bem maluca, em que uma vítima da Inquisição medieval conta sobre como está sendo punida, em uma câmara dos horrores da Igreja. Cada artimanha dos caras, cada engenhoca doida, buscando enlouquecer ao máximo o "herege", viu!

6- "O escaravelho de ouro". Curioso que, bem quando estive lendo este livro, estive também auxiliando em um livro o professor de Artes na USP Artur Matuck, que menciona este conto de Poe como fundante da "Escrita Combinatória" ou "Escrita Computacional". Afinal, trabalha com cifras, códigos, e apresenta o enigma como boa parte da resolução de um problema da narrativa. Novamente, é um "amigo" inteligentíssimo (e bizarro) do narrador que mostra a solução... Bem divertido esse jogo!

7- Por último, temos no livro "A queda da casa de Usher". Este volta ao terror sobrenatural. E lá vai outro "amigo do narrador", maluquinho por sinal - de novo. O narrador vai passar um tempo na casa do homem, em estado cada vez mais demente, e lá vamos nós entrar em suas loucuras, que também envolvem sua irmãzinha... A história é razoável.

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Por coincidência, no último mês também acabei lendo o clássico poema de Poe "O corvo", por conta de um curso de roteiro de quadrinhos com Marcela Godoy, na Quanta Academia de Artes. E não só ele, mas também um texto bem legal e didático do escritor em que ele explica como compôs sua obra-prima! Não é massa? Chama-se "Filosofia da composição". Recomendo!

Antes de encerrar, devo lembrar que este texto foi produzido seguindo proposta do Desafio Literário 2012, promovido pela increíble Viviane Lima! Próxima parada? "Mitologia universal". Minha obra escolhida? "A Divina Comédia", de Dante Alighieri. Uau, que chique, né? Mas vou ler uma tradução que se diz mais "inteligível para nossos dias", em umas 300 e poucas páginas, o que já é desafio mais que suficiente para este mês caótico de minha vida...

Abs e até a próxima!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Vota em mim como "novo escritor" na Bienal do Livro?

Oi! Estou concorrendo a participar de uma mesa de debates do Sesc na Bienal do Livro para falar sobre meu primeiro romance, que gostaria de publicar! Chama-se "A Menina que Ouvia Demais". 

Você pode me ajudar, votando em meu vídeo de 2 minutos sobre o livro, neste link!

Basta fazer um rápido cadastro com nome, e-mail, CPF e uma senha qualquer. 

Se quiser me avaliar primeiro, lendo um pouco de minha literatura, tem aqui. Para saber mais sobre este concurso promovido pelo Sesc, denominado "Escritores in Progress", consulte esta página.

Agradeço toda ajuda redivulgando este pedido! É muito importante pra mim! :D

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Cade a Gabriela, Jorge Amado?

Resovi ler a consagrada obra do baiano Jorge Amado "Gabriela, Cravo e Canela". Uma vencedora do prêmio Jabuti de literatura brasileira (entre outros prêmios), traduzida para ao menos 15 outras línguas e adaptada para outras tantas mídias, como a novela que passa agora na televisão.

Sônia Braga ficou famosa por interpretar a protagonista. E agora, Juliana Paes. Que, pelo que eu soube, na novela aparece desde o primeiro episódio.

Não é o caso do livro, onde só depois de quase 100 páginas (de um total de umas 450) ela vai começar a aparecer numa ceninha.

Antes disso, há só uma expectativa para que ela apareça, pois mostra-se o árabe Nacib procurando feito louco por uma cozinheira. Será ela então que ele vai encontrar? Afinal de contas... na verdade, apesar de a mulata Gabriela não ter aparecido de fato em tantas páginas, a primeira frase do livro é dedicada a ela:

"Naquele ano de 1925, quando floresceu o idílio da mulata Gabriela e do árabe Nacib,  estação das chuvas tanto se prolongara além do normal e necessário que os fazendeiros..."

Ou seja, o autor até usou um recurso interessante. Anunciou no título e na primeira frase do livro que teríamos uma Gabriela e com quem ela ficaria. O que me criou expectativa, quando vi que o tal Nacib procurava uma cozinheira.

Isso não seria um problema em si, acredito, a não ser pelo fato de que eu gostaria de conhecer essa bendita Gabriela logo - então é melhor assistir à novela, certo? ;)

O problema mesmo é tanto falar de Ilhéus, da cultura do cacau, que a cidade está se desenvolvendo com o cacau, que o progresso chegou a Ilhéus, vejam que temos uma nova rota, vejam o problema para os navios entrarem em Ilhéus, vejam que bonito o discurso do Doutor, não, prefiro o discurso do Capitão...

Sinto dizer, mas isso tudo é um saco! Quanta nove-hora! Quanta enrolação! Não acontece nada que me cause emoção, que me traga empatia! Jorge Amado pode ser bem amado pela Academia e por muita gente, mas não serei eu mais um a me declarar por este livrinho grosso não...

Decidi então que não vou passar das 50 páginas, porque, pelo andar da carruagem...Dá pra ver que tenho coisa melhor pra fazer na vida. Por exemplo, ler os instigantes contos do Edgar Allan Poe!!! Isso sim que é uma boa maneira literária de curtir a vida.

Esta resenha desaforada, se é que se pode chamar este texto de algo assim, foi feita em prol do Desafio Literário 2012. Espero em umas 2 semanas publicar uma resenha mais bem-humorada sobre o tio Poe. ;)

(Mas essa é de fato uma lição, minha gente: não vamos perder tempo de nossa vida de lazer dedicados a um negócio só porque dizem que é o que é... A vida é muito curta! Tem trocentos outros "clássicos imperdíveis" pra curtir, entre outros contemporâneos que podem se encaixar melhor no seu gosto.)