sábado, 7 de abril de 2012

Histórias infantis nonsense para crianças japonesas



No clima do Desafio Literário de abril, sobre escritores orientais, aproveito para publicar uma lembrança minha sobre um livrinho com uma coletânea de historinhas que eu já tinha lido, creio que ano passado.

Trata-se de "As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas", de Florence Sakade e Yoshio Hayashi", publicado no Brasil pela Editora JBC, em edição bilíngue, japonês e português em cada página (isso é divertido; apesar de eu não entender tanto japonês ainda, algumas coisinhas eu conseguia entender, comparando com a versão em português, e percebia então como foi a tradução).

Foi a Gabi Bibs, com sua resenha, que me fez lembrar destas histórias. Mas minha opinião sobre os textos não é tão positiva quanto a dela, como poderão ver...

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Eu só li o volume 2 (tem dois volumes), que eu tinha achado na livraria infanto-juvenil Nove Sete.

Mas eu gostei muito mais das ilustrações, que achei lindíssimas e uma inspiração (acho que em aquarela, né? Foi o que o professor meu de ilustração infantil Al Stefano tinha achado, na época em que me deu um curso de uma semana (e ele também achou lindísimas). Gostei bem mais que das histórias em si.

Muitas delas não achei que trazem ensinamentos, final feliz não, como comentou a Bibs... Na verdade muitas achei inconclusivas e com final nonsense. A coisa termina meio assim, "e aí? como é que fica?"

Aliás, algumas até que trazem sim, como a primeira, do "pilão mágico". a ideia aqui é "não seja preguiçoso e não roube o que não é seu", digamos. Mas o final que ocorre com o "vilãozinho" é trágico e letal. Isso é coisa pra criança?

Já "os bolinhos de arroz rolantes", ok, eles mostram recompensa por generosidade e td bem.

O mais triste de tudo, no entanto, é a história de urashima taro, que tem uma paródia famosa até no brasil (o começo pelo menos, lembro do meu pai cantando a musiquinha: "Urashima Taa-aro. Um pobre pescador... Salvou uma tartaruga, e ela como prêmio... ao Brasil... o levou.").

Ela termina com final infeliz, bem infeliz para o protagonista, e não consegui entender que lição de moral podemos tirar daí. o cara foi generoso, se divertiu um pouco no meio, mas depois acaba assim?

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