quinta-feira, 27 de maio de 2010

O chato argentino Ficciones + divertido peruano Pantaleón


Olá!

Como parte do Desafio Liteário 2010, eu também busquei um livro de um escritor latino-americano. Devo ter lido em alguma seleção cult que o argentino Jorge Luis Borges seria um dos melhores contistas e escritores do mundo.

Além disso, eu me lembro de que achei interessante um de seus contos, sobre um mundo povoado por livros praticamente infinitos, com todas as combinações de textos possíveis. "A Biblioteca de Babel". É da época da faculdade.

Então fui buscar, em espanhol mesmo, o livro "Ficciones", que inclui esse conto singular.

Foi interessante reler o conto que tinha estudado na faculdade de Comunicação, mas desta vez no idioma original. E a ideia é boa. Pena que não se desenvolva além da proposta de descrição do universo, para uma trama concreta.


Deste modo, não foi interessante ler os outros contos também. O fato é que nem tive saco pra ler a metade final dos contos.

De fato, ao contar a uma amiga argentina que eu estava lendo esse livro, ela contou mesmo que teve que estudá-lo na época da escola, mas que era um escritor considerado "difícil".

Por que, afinal, não gostei dos textos? Porque não contam histórias. São mais dissertativos que outra coisa. Parece que, em cada "conto", descreve-se e argumenta-se sobre alguma ideia, mas não há emoção alguma, divertimento.

Os textos parecem mais tratados ou artigos científicos que contos de fato. Em um deles, por exemplo, fala-se de uma suposta região chamada Uqbar. Não há estória a respeito, com personagens e etc., mas somente desfile de números, anotações, discussões enciclopédicas.

Há também "Pierre Menard, autor del Quijote". Esta é uma ideia interessante: alguém quer reescrever Dom Quixote, de Cervantes... Mas praticamente refazendo a obra toda, como se fosse de fato Cervantes. Como fazer isso, né?

Pantaleón y las Visitadoras

Para que este post salve-se com alguma obra mais divertida a indicar, também vou falar sobre o peruano Mario Vargas Llosa, com seu livro "Pantaleón y las Visitadoras". (Não li agora, mas anos atrás.)

Basicamente, se você quer se divertir mesmo, dar boas risadas, com um escritor importante latino-americano, recomendo este segundo livro.

A obra contrasta um fiel militar cumpridor do dever e tradicionalista com uma missão a que ele é alocado: montar um serviço de "visitadoras" para os militares, ou seja, prostitutas.

A situação fica tão absurda, e é narrada de maneira tão inteligente, que vale mesmíssimo a leitura.

Misturar instituições que parecem tão constrastantes, uma tão oficialesca e outra tão de periferia... tentar oficializar a atividade de prostituição e fazer as mulheres deste serviço virarem oficiais e tratá-las de modo tão institucional, realmente foi uma grande ideia, bem cômica.

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